A onda de crimes no campo no sudeste do Pará mobilizou entre o final de maio e o começo de junho deste ano as forças de segurança do governo federal e teve até repercussão internacional. Até agora, entretanto, nenhum dos envolvidos nas cinco mortes foi preso. Os crimes ocorreram em assentamentos no sudeste paraense, a região mais violenta do país.
As duas primeiras vítimas foram o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva, mortos em uma emboscada em Nova Ipixuna (481 km de Belém), em 24 de maio. No último dia 28, mais de dois meses após o crime, o juiz Murilo Lemos Simão, da Comarca de Marabá, pediu a prisão preventiva de José Rodrigues Moreira --suspeito de ser o mandante do crime--, Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento, que teriam sido os autores dos disparos que mataram o casal.
A Polícia Civil concluiu o inquérito em de 10 julho. Antes, o mesmo juiz negou em duas ocasiões os pedidos de prisão feitos pela Polícia Civil, que tinham parecer favorável do Ministério Público, alegando falta de provas. Para a CPT (Comissão Pastoral da Terra), a postura do juiz facilitou a fuga dos criminosos. Até agora nenhum dos três foi preso.
Segundo o inquérito, o casal foi morto porque impediu que Moreira comprasse terrenos dentro do assentamento agroextrativista do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Praialta-Piranheira --o que é ilegal-- e denunciou a irregularidade às autoridades. Meses antes da morte, José Cláudio afirmou em uma palestra que poderia ser morto a qualquer momento.
Alguns dias após a morte do casal, Eremilton Pereira dos Santos, 25, foi encontrado morto no mesmo assentamento. Mais de dois meses depois do crime o inquérito ainda não foi concluído, já que o delegado José Humberto Júnior, da Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá, solicitou duas prorrogações para finalizar a investigação.
Uol
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