quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Caso Alepa: Médica 'fantasma' recebia R$ 7 mil por mês


O promotor de Justiça Nelson Medrado, que investiga os escândalos na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), ouviu em depoimento a servidora Paulina do Socorro da Costa Nascimento, chefe da Seção Administrativa de Pessoal da Alepa. Paulina foi chamada a depor após o promotor verificar, por meio de documentos enviados pela Fundação Hemopa, que a servidora atestava as frequências da médica Paula Roberta Ferreira da Silva, que era concursada do Hemopa e estava cedida à Assembleia Legislativa do Estado. Segundo as investigações do MP, Paula não comparecia a nenhum dos órgãos e, ainda assim, embolsava normalmente os dois vencimentos, que totalizavam quase R$ 7 mil ao mês. A informação do MP é que, atualmente, a médica está trabalhando em hospitais de São Paulo.
Em depoimento prestado na segunda-feira, 29, Paulina disse ao promotor Nelson Medrado que, desde 2007, era responsável por atestar a frequência de todos os acolhidos na Alepa (servidores cedidos de outros órgãos). No entanto, a servidora relatou que agia sob ordens da Presidência da Alepa ou da direção do departamento - cargo ocupado por diferentes pessoas no período, entre elas: Mônica Pinto, Vera Coelho e Marcos Almeida. Paulina disse ainda que, ao assinar os atestados, não verificava se o servidor tinha efetiva frequência na Casa. A servidora disse que não podia afirmar se a médica comparecia ou não ao expediente, pois sua atribuição era apenas 'atestar a frequência sem questionamentos'.
O promotor Nelson Medrado já se prepara para entrar com a ação de improbidade administrativa contra a médica e contra o ex-deputado Domingos Juvenil, que ocupava a presidência da Assembleia Legislativa no período. A ação deverá pedir que a médica e Juvenil sejam responsáveis por ressarcir os cofres públicos em R$ 241.282,12, valor que Paula Roberta recebeu indevidamente. 'No seu depoimento, a servidora Paulina deixou bem claro que a ordem para atestar a frequência vinha de cima, inclusive da Presidência, portanto o gestor também deverá ser responsabilizado. Ela disse ainda que é comum na Assembleia os acolhidos não terem frequência', disse o promotor.

Orm

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