Plebiscito – Cartórios Eleitorais funcionarão em horário especial
Os cartórios eleitorais do Pará começam, a partir de hoje, a funcionar em horário diferenciado em função do plebiscito sobre a divisão do Pará. Até a sexta-feira o atendimento ao eleitor será das 8 às 15 horas. Três horas a mais que o habitual. O prazo para alistamento eleitoral e transferência de títulos termina no dia 11 de setembro. No próximo sábado, 3 de setembro, o funcionamento dos cartórios e centrais de atendimento ao eleitor será das 8h às 12h. No período de 8 a 11 de setembro, última semana de cadastramento, o atendimento ao público será prolongado até as 18 horas.
“O importante é que o eleitor não deixe de votar de forma consciente no plebiscito porque esta é uma consulta muito importante para todo Pará”, afirmou o presidente da Justiça Eleitoral, desembargador Ricardo Nunes. Ele ressalta que após o prazo, os serviços continuarão sendo prestados pelos cartórios eleitorais no horário normal de atendimento, no entanto o eleitor com pendências junto à Justiça Eleitoral não poderá participar do plebiscito. Por lei, a inscrição e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos e facultativos para os analfabetos, jovens entre 16 e 18 anos e maiores de 70. Aqueles que completarem 16 anos até 11 de dezembro poderão votar desde que solicitem seu título dentro do prazo previsto pela legislação.
Defensores da divisão do Pará em três estados miram o eleitorado da capital
A duas semanas do começo da campanha para o plebiscito que definirá o futuro do Pará, o marqueteiro Duda Mendonça já definiu a sua estratégia para convencer os eleitores paraenses a aprovarem a criação do estado de Carajás. Ele bateu o martelo após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir, na última quarta-feira, que todos os eleitores do Pará participarão do plebiscito sobre a divisão do estado em três partes. As lideranças favoráveis à aprovação de Tapajós e Carajás defendiam que apenas a população da área a ser desmembrada fosse consultada. Essa tese, porém, acabou derrotada.
Responsável pela vitoriosa campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, quando o petista foi eleito pela primeira vez presidente da República, Duda Mendonça vai mirar a propaganda pró-Carajás no eleitorado de Belém e arredores, região que continuará pertencendo ao estado do Pará, caso a separação seja aprovada no plebiscito e confirmada pelo Congresso Nacional. “A nossa frente focará a propaganda nos eleitores do Pará remanescente”, afirma o deputado federal Asdrubal Bentes (PMDB-PA), integrante do grupo que defende a criação de Carajás.
A estratégia não é difícil de ser compreendida. Sondagens não oficiais encomendadas pelas frentes separatistas mostram que 90% dos moradores das regiões de Carajás e Tapajós defendem o desmembramento das áreas onde residem. O problema é que elas, juntas, embora compreendam 83% do território do atual estado do Pará, abrangem menos de 40% do eleitorado apto a votar. Por isso, a artilharia será voltada para o que o deputado Bentes chama de “Pará remanescente”.
Pará também nasceu de uma divisão
O Pará surgiu de uma divisão territorial. No início da colonização do Brasil, logo após o descobrimento, entre 1534 e 1536, foram criadas as capitanias hereditárias, entre elas, a do Maranhão que incluía o território do atual Estado do Pará.
A partir de 1751 o Maranhão passou a se chamar Estado do Grão-Pará e Maranhão, tendo a sua capital sido transferida de São Luís para Belém, com um território que compreendia os estados do Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão e Piauí.
A partir daí começou a divisão. Em 1772, O Estado do Grão-Pará e Maranhão é dividido primeiro em duas unidades administrativas: o Estado do Grão-Pará e Rio Negro (Amazonas), com sede em Belém; e o Estado do Maranhão e Piauí, com sede em São Luís.m 1774 são extintos os Estados do Maranhão e Piauí e do Grão-Pará e Rio Negro, que ficam subordinados ao vice-rei do Brasil, com sede no Rio de Janeiro. Com a independência, em 1822, as capitanias se tornam províncias.
Orm
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