sexta-feira, 24 de junho de 2011

Conflito prestes a explodir em Uruará

Uruará está na iminência de um conflito agrário de grandes proporções entre agricultores e Força Nacional, que está na área para a segurança dos agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) que demarcam a reserva Cachoeira Seca, por determinação do governo federal. O processo resultará na desapropriação de mais de 1.200 famílias, ou seja, cerca de 5 mil trabalhadores.
Para os moradores, trata-se de uma decisão impositiva e arbitrária, uma vez que agricultores, prefeituras, Câmara Municipal e sindicatos rurais e patronais afirmam que não é terra indígena. Os habitantes estão determinados em permanecer nas propriedades e dizem que “de lá só sairão mortos”.
A Funai, Polícia Federal e Força Nacional estão alojadas na área há aproximadamente duas semanas e, segundo o delegado da PF Mário Sérgio, responsável pela operação, “estão apenas cumprindo ordem superior”.
Os produtores que residem além da denominada ‘Linha Vermelha’ estão apreensivos, pois, com a demarcação, perderão suas terras cultivadas há quase 30 anos. Sem ter para onde ir e sem qualificação profissional para atuarem em outras áreas, um caos social pode ser desencadeado, se for dada a eles apenas a sede do município como opção e não houver emprego com que sustentem a família.
A resistência por parte dos produtores tem como base as diversas declarações dos representantes dos menos de cem índios da tribo dos Arara, etnia que reside nas terras em questão. Em reuniões com a comunidade, o cacique dos Arara teria deixado claro que não tem a intenção de ocupar uma terra já utilizada com lavouras, cercas e currais, que não serve aos seus propósitos e que não abriria mão da área chamada ‘Olhões’, que fica a uma distância considerável do local requerido.

Dol

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