quarta-feira, 22 de junho de 2011

Divisão esquenta duelo final

O segundo jogo da final do Parazão, no próximo domingo, entre Paysandu e Independente, terá contornos políticos e deixará a disputa ainda mais apimentada. O motivo? A divisão territorial do Pará. No primeiro jogo da final, domingo passado, o time do Paysandu entrou no gramado do estádio Navegantão, em Tucuruí, segurando uma faixa com os seguintes dizeres: 'Não à divisão do Estado'. Quem estava no Navegantão sentiu o mal-estar entre os quase quatro mil torcedores que foram assistir à final, que esboçaram uma vaia aos bicolores. A resposta vem na mesma moeda: o presidente do Independente, Deley Santos, já prometeu que seu time também vai entrar com uma faixa, na segunda partida da final, no Mangueirão. Desta vez, a mensagem será a favor da criação do Estado do Carajás.
Tucuruí é uma das 39 cidades que ficam na área reivindicada como Estado do Carajás. No momento em que o debate sobre a divisão do Pará começa a se acirrar, o Paysandu colocou lenha na fogueira em plena final do Parazão e levou a discussão dos púlpitos para os gramados de futebol.
Esse tipo de situação não é novidade no futebol. O caso mais recente foi na semifinal da Copa dos Campeões, disputada entre os rivais espanhóis Real Madri, da capital, e Barcelona da região da Catalunha. Os times materializam o embate político entre as duas regiões, já que a Catalunha se considera uma nação independente. Em escala menor, o embate paraense é também de cunho separatista, só que dentro de um mesmo Estado.
Assim, está declarada a primeira guerra de faixas do futebol paraense. Logo ao final da partida em Tucuruí, o presidente da Independente anunciou que o Galo Elétrico também terá a sua vez de afrontar a torcida adversária. A delegação deve chegar a Belém somente na sexta-feira, mas Deley Santos desembarca hoje na capital. Para ele, a faixa integralista foi uma 'atitude deselegante e desrespeitosa'. 'Tucuruí fica no sul do Pará, o pessoal do Paysandu sabe que 90% das pessoas daqui são a favor da divisão. Agora em Belém vai ser a mesma coisa. Eles provocaram isso. Se eu quiser, estou no direito de entrar no Mangueirão com uma faixa', bradou.

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