O governador eleito, Simão Jatene (PSDB), se reuniu ontem à tarde com a Comissão de Finanças da Assembléia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), para discutir a previsão orçamentária de 2011, definida por ele como 'preocupante', elaborada pelo governo atual. Ele questionou cortes que chegam a beirar os R$ 10 milhões por secretaria para custeio de setores como Saúde, Sistema Penal, Ciência e Tecnologia, dentre outros. O tucano mostrou-se surpreso também ao anunciar que o investimento previsto para alguns órgãos é zero e ainda que, para a Polícia Militar, o estimado não passava de R$ 1 milhão. Chegou a dizer que sabia de projetos em trâmite na Alepa para aumentos salariais dentro do funcionalismo, mas que a previsão não encobria nem o aumento previsto para o salário mínimo.
Jatene estabeleceu comparações entre o orçamento de 2010 e as estimativas de 2011, relatando, em números aproximados, que a Secretaria de Segurança Pública (Segup) deve ter queda de R$ 7,3 milhões para R$ 6,1 milhões; e o Sistema Penal de R$ 52,6 milhões para R$ 43 milhões. Já Paratur deve ter queda de R$ 4 milhões para algo em torno R $ 2,7 milhões; a Prodepa deve ter redução orçamentária de R$ 10 milhões para R$ 4 milhões. Já a Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect) deve ter uma redução orçamentária de R$ 12 milhões para R$ 8 milhões. Órgãos como o Centro de Perícias (CPC) 'Renato Chaves' e o Corpo de Bombeiros têm investimento zero previsto para o ano que vem, segundo o tucano. 'Seria um 2011 com vantagens e investimentos zero', afirmou.
O líder do governo atual na Alepa, Gabriel Guerreiro (PV), definiu como ‘arrogantes’ as atitudes de Jatene e como ‘autoritária’ a postura de Simone Morgado. ‘Nunca nos negamos a fazer modificações nessa projeção, mas ele chegou fazendo muitas críticas e em um tom arrogante. A presidente da Comissão de Finanças agiu de forma autoritária, como se toda a verdade ali estivesse com ela, conduziu mal o encontro. Foi uma reunião não somente improdutiva, foi prejudicial para a relação entre os governos’, alfinetou. Sobre os cortes questionados por Jatene, Guerreiro disse desconhecer os números. ‘Não sei nem mesmo se eles são verdadeiros. Mas não precisava fazer esse ‘palanque’, destacou.
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