A produção de milho no Pará, que vem mantendo uma tendência declinante desde 2008, deverá sofrer, na safra de 2010/2011, um decréscimo estimado em cerca de 10%, segundo levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por intermédio de sua Superintendência Regional.
A notícia é particularmente ruim para dois segmentos da agroindústria paraense – a avicultura e a suinocultura, que hoje já importam de Goiás e Mato Grosso parte do volume de milho necessário ao suprimento da demanda interna.
No ano de 2005, segundo o levantamento da Conab, a produção paraense de milho foi de 559.698 toneladas, destacando-se o vale do rio Capim, com 179.842 toneladas, e o Baixo Amazonas, com 148.122, como as principais regiões produtoras do Estado. No ano seguinte (2006), o volume produzido alcançou 576.579 toneladas. Depois de um ligeiro recuo em 2007, para 562.032, a produção saltou em 2008 para uma safra recorde de 622.800 toneladas.
A euforia, porém, durou pouco. Já em 2009, a safra paraense minguou para 552.104 toneladas e caiu ainda mais este ano ( 515.400). Mantendo a tendência de queda, segundo os técnicos da Conab, tudo indica que a colheita do ano que vem ficará num patamar pouco acima de 450 mil toneladas.
De acordo com Moacir da Cruz Rocha, encarregado do setor de apoio à logística e gestão da oferta da Conab no Pará, o decréscimo da produção na safra de 2010 pode ser atribuído à baixa dos preços verificada nos dois últimos anos, e mais acentuadamente em 2009. Os próprios números evidenciam isso. Em dezembro de 2007, o saco de milho era comercializado nas indústrias da Região Metropolitana de Belém a R$ 35,68.
Um ano depois (em dezembro de 2008), o preço médio havia caído para R$ 26,21 e, no mesmo período do ano passado, despencara ainda mais, alcançando R$ 22,45. “O baixo retorno financeiro desestimulou a expansão e até mesmo a manutenção das áreas plantadas, inibindo ao mesmo tempo os investimentos na utilização de insumos”, acrescentou Moacir Rocha.
Fonte: DiarioOnline
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