O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem mais um preocupante índice sobre a realidade social do Pará: o grau de insegurança alimentar da população paraense está entre os piores do Brasil, ficando atrás apenas dos baixos níveis do Maranhão (31,2) e do Ceará (23,9). O Pará e o Piauí estão em terceiro lugar, com 22,7%, quando se leva em consideração as formas mais agressivas da insegurança alimentar.
Os dados constam no suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 sobre Segurança Alimentar. A média brasileira daquilo que se chama de ideal para o país, a Segurança Alimentar, ou seja, quando os moradores do domicílio têm acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, é de 69,8%. No Pará, este índice é de 56,8%.
Mesmo sendo o Pará um estado farto em riquezas minerais e em recursos hídricos, em 11,8% dos domicílios há privação de alimentos, ou seja, as pessoas responderam que chegaram a passar fome recentemente. Em outros 10,9% dos lares paraenses pesquisados, os moradores responderam que não tiveram dinheiro suficiente para comprar os alimentos necessários para a família.
Em 2009, pouco mais da metade da população do Pará (56,8%) informou que havia tido acesso à quantidade e qualidade suficiente de alimentos. No entanto, em 43,2% dos domicílios, os moradores responderam que não havia alimentação saudável e em quantidade suficiente assegurada.
Neste extrato de comparação, há uma clara referência à distância social entre o Norte e o Sul do País. Em 2009, o estado de Santa Catarina, por exemplo, continuou com o maior percentual (85,2%) de domicílios que tinham garantido o acesso à quantidade e qualidade suficiente de alimentos para seus moradores. O Rio Grande do Sul, após um aumento de 5,5 pontos percentuais em relação a 2004, foi o que apresentou o segundo maior percentual (80,8%), seguido pelo Paraná (79,6%).
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