Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cruzar, hoje, o canal de seis metros que separa o rio Tocantins do Lago de Tucuruí terá fim uma história de 29 anos de interrupção da navegação na região. A barragem da maior usina hidrelétrica genuinamente brasileira, que fica no município de Tucuruí, resultou numa barreira de 69 metros de altura em pleno rio, interrompendo a navegação por quase três décadas. A solução era a construção das eclusas. A obra começou em 1981. Resistiu a sete presidentes da República, sofreu várias interrupções, mas hoje será finalmente entregue.
A inauguração vai devolver a navegação à região, que pode se transformar a partir de agora em um importante polo escoador da produção do sul e sudeste paraenses. Na prática, já está liberada a navegação de médias embarcações entre Marabá - região que receberá a Aços Laminados do Pará - e o porto de Vila do Conde, que, ampliado, poderá se tornar num mais movimentados do País, servindo para embarcar minérios e grãos produzidos no Norte do Brasil para a Europa e os Estados Unidos, onde ficam os grandes centros consumidores.
O alvo da eclusa, contudo, são os grandes comboios com chatas e contêineres de até 19 toneladas que exigem profundidade (calado) de até três metros.
O diretor de Infraestrutura Aquaviária do Departamento Nacional de Infra-estrutura Portuária, Herbert Drumond, diz que em dois anos serão concluídas as obras de derrocagem de 715 mil metros cúbicos de rochas no pedral de São Lourenço, à montante de Marabá. Acompanhado de Ademar Palocci, diretor de Engenharia da Eletronorte, Drumond apresentou o projeto da eclusa para a imprensa na tarde de ontem, na sede da Eletronorte em Tucuruí.
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