Os manifestantes que invadiram na segunda-feira (4) o Escritório Regional do Ibama, em Novo Progresso, no sudoeste do Pará, já deixaram a base do instituto, mas a fazenda, alvo da operação 'Disparada', continua ocupada. Na manhã desta terça-feira (5), reforços do Ibama e do Batalhão de Choque da Polícia Militar chegaram ao município.
Eles partiram de Belém na madrugada de hoje a bordo de dois aviões Caravan cedidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. O Ibama informou ainda que mais equipes serão enviadas à região para garantir o sucesso da operação.
Durante a manifestação, os ocupantes enrolaram cabos de aço e colocaram cadeados no rotor do helicóptero, mecanismo giratório com as respectivas hélices. A invasão ocorreu após a apreensão de 891 cabeças de gado em uma fazenda na região e a aplicação de multas de mais de R$ 6,7 milhões por impedimento da regeneração da floresta e de R$ 500 mil por descumprimento de embargo federal.
O histórico da fazenda inclui também outros autos de infração por desmatamento ilegal, impedimento da regeneração, quebra de embargo e notificação de retirada de gado. O último embargo, feito na propriedade em 2010, determinava que o fazendeiro retirasse todo o gado da área, de cerca de 1,3 mil hecatres. A insistência do pecuarista em manter a atividade ilegal colocou a fazenda como um dos alvos prioritários na operação Disparada, prevista no PNAPA (Planejamento Nacional de Proteção Ambiental), realizado em dezembro passado.
A Polícia Federal já foi acionada e deve chegar a Novo Progresso ainda hoje para conduzir a abertura do inquérito com objetivo de responsabilizar os invasores e verificar possíveis danos ao patrimônio público e ao helicóptero. Em toda a Amazônia, o apoio aéreo é fundamental na condução das operações de fiscalização, pois permite mobilidade às equipes, já que os alvos, em sua maioria, são distantes e de difícil acesso.
Segundo o diretor de Proteção Ambiental, Luciano de Meneses Evaristo, a operação Disparada continuará na região até atingir seu principal objetivo: 'a contenção do desmatamento ilegal da Amazônia brasileira, demonstrando aos pecuaristas que não compensa criar gado em áreas desmatadas ilegalmente'.
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