Campeão de trabalho escravo, território de pistolagens, líder de desmatamentos. Há uma série de títulos indesejáveis que o Pará obteve nos últimos anos. De alguns já conseguiu se livrar. Outros ainda teimam em permanecer. Recentemente mais um tipo de violação de direitos humanos passou a se juntar a esses tantos casos. O de adolescentes que são violentadas em delegacias e penitenciárias.
O caso de T., a adolescente de 14 anos que teria passado uns quatro dias sendo abusada sexualmente por um número de homens que ela mesma diz ser incontável, remete ao da também adolescente L, que passou mais de 20 dias numa cela masculina, em Abaetetuba, em 2007. Era obrigada a fazer sexo em troca de comida.
São dois casos distintos, mas que carregam semelhanças que põem o Estado em situação, no mínimo desconfortável. A pergunta é a mesma em ambos os casos. Como duas adolescentes conseguem ficar tanto tempo em locais onde não deveriam estar, sofrer violência sexual repetidas vezes e ninguém intervir a tempo?
No dia 21 de outubro de 2007, por volta das 22h, a adolescente L. foi flagrada ao tentar furtar uma casa no município de Abaetetuba, distante 56 quilômetros de Belém. Detida por moradores da casa, L. foi colocada no interior de um banheiro enquanto a polícia era chamada.
Até esse momento tudo poderia ser considerado dentro das normas legais. Mas, como mostra a denúncia do Ministério Público, a partir daí teria sido o início de uma série de irregularidades, violência e prepotência policial. Um dos policiais teria agredido a adolescente e a ameaçado de morte. Na delegacia, L. teria continuado a receber agressões físicas.
Dol
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