O Palácio do Planalto montou uma operação para blindar o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, acusado de multiplicar o seu patrimônio por 20 em quatro anos. A estratégia contou com uma espécie de “nada consta” pronunciado pela Comissão de Ética Pública da Presidência, declarações de apoio palacianas, mas foi bombardeada dentro do próprio PT.
Em reunião com a coordenação do governo, na manhã de ontem, a presidente Dilma Rousseff disse que a denúncia faz parte de um jogo político para desestabilizar o início de sua gestão e pode ter desdobramentos no Congresso. Na sua avaliação, porém, a acusação não se sustenta. “Isso é guerra política, mas não tem como prosperar”, afirmou Dilma, segundo relatos de dois ministros presentes à reunião, que contou com a presença do próprio Palocci.
De qualquer forma, enquanto a oposição e até mesmo alguns petistas cobravam explicações públicas do chefe da Casa Civil, o governo formou um cordão de proteção em torno do braço direito de Dilma. Nas fileiras do PT, no entanto, não houve defesa incondicional de Palocci. Os senadores Walter Pinheiro (BA) e Eduardo Suplicy (SP) disseram esperar que o ministro dê mais detalhes sobre sua atuação empresarial.
O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, José Paulo Sepúlveda Pertence, informou ontem que não há o que apurar no momento em relação ao patrimônio de Palocci. Pertence disse que antes de assumir o cargo de ministro da Casa Civil, Palocci o consultou informalmente e à comissão para falar sobre a empresa de consultoria Projeto e que foi aconselhado a mudar o contrato da empresa, porque a consultoria era uma coisa muito ampla. O patrimônio de Palocci foi discutido na reunião da comissão, que durou mais de três horas e meia. “Não nos cabe indagar a história da fortuna dos pobres e dos ricos que se tornaram ministro”, afirmou Pertence, ao final da reunião.
G1
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