sexta-feira, 27 de maio de 2011

Inflação corrói salários e ganhos dos trabalhadores encolherem 1,8%

O dragão da inflação já causa sério estrago no poder de compra dos trabalhadores. Dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a taxa de desemprego se manteve estável entre março e abril, passando de 6,5% para 6,4%. Esse é o melhor desempenho para o mês desde 2002. A boa notícia foi contrabalançada, entretanto, pela queda de 1,8% no rendimento médio real (acima dos índices de preços). Enquanto se adaptam para tentar evitar os efeitos negativos da volta da carestia, os brasileiros viram seu contracheque encolher de R$ 1.568,41 para R$ 1.540,00 no período.
Com a redução, a massa de rendimento real (soma dos ganhos de todos os trabalhadores) no Brasil, que estava estimada em R$ 34,5 bilhões em março, recuou 1,6% em um único mês. Isso significa que há uma quantidade menor de dinheiro disponível tanto para comprar como para economizar. Não à toa, as classes menos favorecidas (C, D e E) já retiram produtos básicos dos carrinhos de supermercados. A inflação acumulada em 12 meses pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 6,51%, furando o teto da meta fixada pelo governo para 2011, de 6,5%. “A queda no salário do trabalhador em abril é efeito da inflação”, garantiu a analista do IBGE Adriana Belinguy.
A frentista Marcela Braga, 32 anos, deixou de comprar roupas e calçados para não ser obrigada a cortar nos alimentos. “Tenho dois filhos e não posso diminuir os gastos com a diversão deles”, afirmou. Para tentar incrementar a renda, Marcela tem procurado trabalhos paralelos. “Sou artesã e produzo algumas peças para ganhar um dinheiro extra. A gente precisa arrumar algum complemento para acompanhar a elevação dos preços”, observou.
O mecânico Antônio Carlos Gonçalves, 36 anos, acredita que a situação está difícil para todo mundo. “Os preços estão muito altos. O movimento na oficina diminuiu”, disse. O comerciante Sérgio Inocêncio, 52, confessa que está assustado com o avanço da inflação. “Ela não está no nível da verificada nos anos 1990, quando faltavam mercadorias nas prateleiras. Mas já é bastante preocupante”, avaliou.

Dol

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