Nos últimos cinco anos, 2.500 pessoas que trabalhavam em condições análogas à escravidão foram libertadas no Pará. É o Estado com o segundo maior número de casos registrados, sendo superado, apenas, pelo Maranhão: 3.920 ocorrências. Em todo o Brasil, foram 17.456 situações de semiescravidão. Os números foram divulgados ontem, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília.O balanço reúne dados das operações feitas entre 2005 e 2010. O Nordeste foi a região mais problemática do País, concentrando quase 50% dos registros, com 8.431 casos, seguido da região Norte, com 3.824 ocorrências. Em último lugar na lista estão Amapá e Espírito Santo, que juntos somaram quatro casos.
Segundo as autoridades, muitos reincidem no trabalho escravo após serem resgatados. 'Percebemos que boa parte dos trabalhadores resgatados retorna a esta situação. São pessoas que, normalmente, têm um nível educacional muito baixo e que não têm qualificação profissional e que, por isso, acabam ficando à mercê de exploradores', afirmou o procurador geral do trabalho, Otávio Lopes. Para reduzir essa reincidência, a Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), do MPT, anunciou que iniciará um programa de qualificação profissional e reinserção no mercado de trabalho.
O Programa Nacional Emprego Cidadão foi inspirado em um projeto desenvolvido em Mato Grosso desde o início de 2009, que beneficiou 120 trabalhadores a um custo de R$ 300 mil. 'A vulnerabilidade reside na falta de qualificação, na falta de perspectiva de possibilidade de outra forma de trabalho. A idéia é durante a qualificação aproveitar a verba que ele já recebe do seguro desemprego, durante três meses, para que ele seja qualificado', completou o procurador.
AE
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