quinta-feira, 7 de julho de 2011

É melhor ter milhões reclamando da internet do que milhões sem acesso, diz ministro

O PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) tem o objetivo de oferecer internet rápida em larga escala, para todo o país, nos próximos anos. A partir de setembro, seis operadoras devem dar início à oferta da conexão de 1 Mbps (megabit por segundo) a R$ 35 mensais. Questionado se essa massificação não deve piorar ainda mais a qualidade do serviço que está entre os líderes de reclamações, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou: “esperar [o serviço] melhorar para distribuir ao povo me parece injusto”. E complementou: “é melhor ter milhões reclamando da internet do que milhões sem saber como ela funciona para poder reclamar”.

Bernardo ponderou que, se considerada a telefonia móvel e fixa, são mais de 250 milhões de usuários em todo o país. “É mais do que a população brasileira. Parece natural ter muita reclamação, até porque o serviço apresenta deficiência mesmo.” Mas, segundo ele, o caminho não é esperar até que o problema se resolva, para só então oferecer a banda larga popular. “Por que só eu posso reclamar da minha internet? Por que o rapaz que serve o cafezinho aqui não pode fazer isso?” questionou em seu gabinete, onde recebeu a equipe de reportagem.   
Isso não significa, segundo ele, que não haverá metas de qualidade para a internet rápida oferecida dentro do plano do governo. A partir de 31 de outubro, disse Bernardo, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) terá a definição da qualidade mínima oferecida nos serviços de telefonia fixa e móvel. “A Anatel está começando com 30% [de entrega da velocidade da conexão contratada] e isso vai aumentando gradativamente. A exigência me parece imperativa, fundamental.” Hoje, quando um usuário contrata um plano de banda larga, tem a garantia de que 10% do valor total lhe será entregue.
Até setembro, as empresas de telefonia fixa deverão iniciar a oferta da banda larga popular. Antes disso, outros prazos haviam sido dados para o início do plano, sem serem cumpridos: julho, abril edezembro de 2010 – a promessa inicial era que 100 cidades estariam conectadas à internet rápida pelo PNBL até o final do ano passado.

Uol

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