O depoimento do diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte (Dnit), Luiz Antonio Pagot, aguardado desde a semana passada no Senado como uma espécie de exibição de um “homem-bomba” do governo, não deve provocar sobressaltos. Foi o que seu padrinho político e senador Blairo Maggi (PR-MT) afirmou em telefonema ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a quem adiantou que Pagot “não vai apontar o dedo” a ninguém para se defender das denúncias de um suposto esquema de corrupção no Ministério dos Transportes.
A garantia dada no telefonema só foi possível por conta da operação política que o próprio Blairo conduziu para acalmar o antigo auxiliar, com quem trabalhou no grupo AMaggi nos dois períodos em que esteve à frente do governo do Mato Grosso. Depois da solidariedade aos protestos iniciais de Pagot, o senador o chamou para dizer que era hora de se calar e costurar uma “saída honrosa”. Nas conversas dos dois em Rondonópolis (MT), no fim de semana, foi levantada até a possibilidade de Pagot ficar no cargo provisoriamente por mais uns meses, como forma de “resgatar sua dignidade”.
De acordo com um interlocutor do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff está “tranquila e decidida a fazer mudanças profundas no Dnit”. Um ministro que acompanha de perto o desenrolar da crise nos Transportes também confirma que Dilma “fará uma limpa” na pasta e que, além de mudar pessoas, vai mudar “os métodos” para evitar novas denúncias de corrupção e dar mais eficiência ao setor. “Seja qual for a reação do PR, ela não vai recuar”, afirma o ministro.
Dol
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