segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Governo aposta no longo prazo para convencer a base a aprovar o novo mínimo

Mantega ressalta que o mínimo de 2012 está praticamente garantido num patamar próximo aos R$ 622.
O governo decidiu editar medida provisória com os critérios de reajuste do salário mínimo até 2015. A iniciativa tem a finalidade de reduzir insatisfações de centrais sindicais e da base aliada no Congresso contra o valor de R$ 545 proposto para este ano. “A MP vai estabelecer a política nacional do salário mínimo válida para os próximos quatro anos”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, depois da primeira reunião ministerial do governo da presidente Dilma Rousseff.
A medida vai consolidar o acordo de elevar o vencimento com base no crescimento da economia dos dois anos anteriores acrescido da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Para este ano, o reajuste é de 7%; em 2012, ficará próximo dos 14%, o que vai garantir ao trabalhador um vencimento projetado de R$ 622.
“O salário mínimo de 2012 está praticamente definido com um aumento de 13% ou 14%”, afirmou Mantega. O Correio antecipou o valor de R$ 545 e essa estratégia de fazer a negociação com as centrais sindicais casada com os reajustes do ano que vem na quinta-feira.
A medida provisória que tramita no Congresso sobre este ano prevê mínimo de R$ 540 por ter sido editada antes do percentual fechado do INPC de 2010. Como a inflação veio acima da expectativa, o governo deveria revisá-lo para R$ 543, mas decidiu arredondá-lo em R$ 545 para facilitar o saque nos caixas eletrônicos. O valor passa a vigorar a partir de 1º de fevereiro.
As centrais sindicais pressionam o Planalto para conceder R$ 580. O PT foi o primeiro a se rebelar em relação ao valor proposto pela presidente Dilma. O partido entende que o melhor patamar seria R$ 550, mas o governo descarta a ideia. Cada real de aumento do mínimo implica custo de R$ 280 milhões aos cofres da Previdência. Os R$ 5 a mais pesariam R$ 1,4 bilhão neste ano.

Fonte: ABr

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